Criando Redes, Movimentos ou Ministérios de Jovens #2 - Cultos Superficiais e Células Superficiais


Em uma postagem anterior eu falei sobre Cultos Superficiais, que trata-se de uma agenda na igreja que é reproduzido a liturgia domingueira de uma forma mais adaptada para jovens, isso é o que em algumas igrejas chamam de grupo de jovens: jovens responsáveis por um evento e não por um trabalho mais profundo. Agora iremos tratar das células superficiais, que não vem ser algo tão diferente quanto ao culto superficial, tem até uma imagem revolucionária, mas logo se percebe que apenas mudou-se o nome.

O trabalho com grupos pequenos, não é uma novidade, por mais que na sua igreja seja a revolução. Ele já havia surgido na Igreja Primitiva e por algum motivo não mais continuou sendo assim, foi o Pr. Paul Younggi Cho, que inspirado pelo modelo de John Wesley, fundou a Igreja Central do Evangelho Pleno em Seul (Coréia do Sul) e recomeçou a trabalhar com grupos pequenos em sua igreja com o método de grupos familiares, assim se tornando em 1982 o pastor da maior igreja evangélica do mundo. Depois disto que veio surgindo o que chamam de “células” e demais outros. 

Outro referencial de líder de igrejas que trabalham com grupos pequenos é Ralph Neighbour (Ministério Igreja em Células, 1997) ele é o responsável pelo nome que vem febreando o mundo, “células”. 

No Brasil a visão celular se deu conhecida por René Terra Nova que adaptou um trabalho de grupos pequenos do Pastor César Castellanos ao trazê-lo no Brasil para divulgar o “Governo dos Doze”, ele adaptou o “G12” para “M12”. René era um dos G12 de Castellanos. Essa visão fora trabalhada pela Igreja Batista da Lagoinha (em Belo Horizonte - MG) juntos René e Marcio Valadão propagaram o trabalho G12 pelo país. Tempos depois a Igreja Batista Lagoinha deixou o G12 e foi ao pós-início dos grupos pequenos na visão de trabalho do Pr. Paul Yonggi Cho, adaptadas e ativas até hoje na igreja.

Nesse período que houve a propagação do G12 as igrejas estavam “maravilhadas” com a visão G12 e muitas vezes chegaram a empurrar a força o “celular” ocasionando em divisões e no surgimento do que chamam de “ministérios-igreja”. Também podemos dizer que houve um certo “trauma” de alguns pastores que viram a visão não dar muito certo e desde então ter muitas repulsas ao se quer ouvir o nome: célula.

Ainda hoje existem igrejas trabalhando com modelos G12 ou M12. Esses modelos se tratavam do método de trabalho de acordo com doutrina, metodologia e/ou teologia readaptados ou reproduzidos de acordo com as próprias igrejas que aderiram ao grupos pequenos, assim, formando diversos outros modelos e nomes. Todos estes não deixam de ser grupos pequenos ou células (como podemos nos referir). Quando falo de “células superficiais” não estarei abordando do pressuposto quem é G12, M12 ou MDA, quando falo isso, estou me referindo a todo trabalho em grupos pequenos que não são profundos, assim como os cultos superficiais, as “células superficiais” são preocupados com o momento/evento e não com um trabalho mais profundo com os jovens.

Já conversei com muitos jovens de igrejas diferentes e o que eles tem a dizer na maioria das vezes sobre as células é que o líder não parece gostar muito dele, ou que estão muito preocupados em números na pequena célula, mas não preocupados com seus liderados. Um problema visível era que em algumas Igrejas o “modelo de células” se tornou tão efetivo que acabaram trocando alguns cultos que seriam para falar de Jesus e pregar o evangelho para ser reuniões de células apenas. Depois o surgimento de uma espécie de status e competição surgiu dentro do modelo usado pelas igrejas. Então muitas destas igrejas tem se tornado como a Igreja de Éfeso (Ap 2:1-7), ”perdida no Primeiro Amor”. Mas posso também acreditar que muitas igrejas em adaptações conseguiram excelente êxito com modelos de grupos pequenos, as quais apesar de dividirem sustentaram mais novos convertidos em células do que em muitos anos não trabalhando com esta visão.

Por fim, meu objetivo nesta postagem é trazer um alerta para os líderes que trabalham com grupos de jovens a partir de células ou grupos pequenos. O primeiro alerta de trabalho com células superficiais é quando o nome de Jesus foi ficando menos pronunciado e o nome "célula" se tornou o centro do culto, então cuidado! Alguns dos trabalhos que não deram muito certo em células [posso estar sendo muito positivista] culpo as "células superficiais" e não o modelo que era aplicado em si. Um trabalho de célula não imuniza a superficialidade em seu ministério. Um dos princípios dos pequenos grupos na Igreja Primitiva se tratava do discipulado (breve uma postagem completa sobre o assunto), discipulado não é estudo bíblico, mas é acompanhamento profundo, não é um dia da semana, mas todos os dias. Desejo que sua célula seja profunda, não em números, status ou por cumprir tarefa, desafio você ir além dessas brigas de visões eclesiásticas e fazer exatamente o que Jesus quer que você faça! SEJA PROFUNDO E NÃO SUPERFICIAL.

Continue Acompanhando, falarei mais sobre este assunto em [Artigos e Movimentos] durante estas semanas. Caso queiram conversar sobre o assunto, esclarecer idéias, poste seu comentário a baixo ou envie-me um email.


REFERÊNCIAS:
site:
http://www.webartigos.com/artigos/igreja-primitiva-e-os-pequenos-grupos/55269/#ixzz26r1lJSch livro: CHO, Paul Yonggi. Grupos familiares e o crescimento da Igreja. Vida, 2001. São Paulo.
----------------------------------------------------------------------
Sobre Augusto Máximo:
Coordenador Geral da Rede de Jovens Naum Seja + Zum - Macapá/AP.
Seminarista do Centro de Treinamento Ministerial Diante do Trono (CTMDT)


Comente com o Facebook: