A Maior Aventura Não É Fugir E Sim Encontrar O Caminho De Volta Para Casa


Fim dos trabalhos, ainda entrando em férias aqui, mantendo ainda ter que acordar um pouco cedo, mas já que estou acostumado com a rotina está tudo tranquilo. Vou  voltar pra casa daqui a menos de 2 semanas...
Acho que todo mundo tem aquele pequeno momento no travesseiro que você começa a relembrar do passado. Para ser sincero nem sei se alguém para pra realmente ler o que eu escrevo aqui, nem me preocupo com isso, maior razão é que o que eu escrevo aqui seja muito mais pra eu ler do que a outros, então não me preocupo de falar sobre qualquer coisa.

Eu lembro muita coisa da minha infância, coisas que as vezes seria estranho ainda lembrar, uma delas era quando eu fugia de casa e ia para algum lugar perigoso ou longe de multidões. Acho que eu tinha apenas 5 anos de idade, morava em Fortaleza - CE eu morava em um apartamento, meus pais estavam separados e eu e minha mãe estávamos vivendo algo... novo, bem breve estava começando uma caminhada de 17 anos lutando para viver uma vida além de nova boa para mim e para ela. Eu lembro que sempre tinha uma intuição de não gostar de tudo o que as pessoas rotineiramente gostam, eu e minha mãe tínhamos acabado de mudar (e mudar de casa era o que fazíamos muito) para um condomínio, eu costumava fugir do apartamento e buscar um lugar longe de todos, enquanto muitos garotos iam brincar de futebol ou basquete em uma quadrinha eu, por outro lado (literalmente) de vez enquanto ia para lugares bem... exóticos (se posso dizer assim) ia para o topo de uma caixa d'água e/ou para uma mini estação de tratamento de água me equilibrando sobre as plataformas, quando começo a lembrar disso me dá um temor e uma tranquilidade comum de agradecer a DEUS por nada ter acontecido de ruim a mim durante essas aventuras solo. Não consigo pensar em outros medos que havia de ter naquela época a não ser só o medo do escuro, hoje seria ruim me convencer de fazer tais riscos sem seguro algum, para uma criança daquela idade eu era demais corajoso e abusava disso muito.

Lembro sempre de ter essa vontade de fugir e nem saber pra onde, mas isso muda. Uma coisa que não lembro é quantas vezes me perdi nessas fugas. Crescendo e aprendendo a não me perder mais hoje cheguei a conclusão que a maior aventura não era fugir e sim encontrar o caminho de casa depois de ter se perdido. Uma vez em outra cidade que me mudei (Monte Dourado - PA) fugi da casa de minha tia onde eu e minha mãe estávamos hospedados, eu queria chegar na casa de uma outra tia minha para ver meus primos, encontrar a casa deles fora fácil, mas não tive coragem de entrar, comecei a pensar no que eles achariam da atitude minha de fugir e encontrá-los, com medo do ralho que levaria eu tentei voltar, mas me perdi, eu peguei uma estrada que saia da cidade. Lembro que os postes de luzes da rua já haviam acabado e eu estava em um breu, a rua desértica, comecei a chorar, acho que eu tinha 6 para 7 anos de idade nessa época, nunca esqueci do momento que vi um moço vindo em direção contrária desta estrada, ele estava de camisa branca e calça jeans, ele devia ter uns 28 anos, perguntou para onde eu estava indo, e eu chorando disse pra ele que queria voltar pra cidade, ele me levou até a casa da minha tia e só foi embora quando certificou que realmente eu estava seguro.

Isso me lembra um história na Bíblia (Lc 15:11-32), havia um garoto assim como eu que tinha uma vontade enorme de fugir de casa e conhecer o mundo a fora, então um certo dia ele pede todos os seus bens para o pai e parte dalí. Ele gasta tudo e numa crise fica tão pobre que começa a se alimentar de comida de porcos. Para resumir a história ele toma consciência da burrada que cometera e volta para casa, é quase certo de que no caminho ele já estava ensaiando seus pedidos de perdão para o seu pai, para seu irmão, que reconhecera o grande erro que cometeu e que faria de tudo para consertar tudo. A volta para sua casa, talvez foi a parte mais difícil porque seu dinheiro acabara e não saberia como iriam o receber de volta. Como eu fiz, com medo não entrei na casa de minha tia e perdi no caminho de volta.

O medo de voltar para o lar pode fazê-lo se perder...

A bíblia diz que aquele garoto ao voltar para casa seu pai o avistando de longe correu ao seu encontro dispensando qualquer discurso do filho, abraçou e o beijou, depois mandou aos seus criados que o vestisse com novas roupas, pusessem um anel em seu dedo e sandálias em seus pés. Logo após fizeram uma grande festa.

Sabe, talvez você pense que DEUS é um pai perverso que ao vê-lo botará você de castigo por todas as burradas que fez? Não! Ele é como aquele pai que viu que o filho voltara para seus braços e que não importava mais o que ele fizera, o que importava mais que tudo para aquele pai naquele momento era o filho arrependido e de volta ao lar.


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